ATA DA TERCEIRA SESSÃO
ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA
LEGISLATURA, EM 26-02-2007.
Aos vinte e seis dias do mês de fevereiro do ano de
dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho,
a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, Haroldo de
Souza, João Antonio Dib, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga,
Maristela Meneghetti, Neuza Canabarro, Nilo Santos e Professor Garcia.
Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os
trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha,
Bernardino Vendruscolo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino
Besson, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Márcio Bins Ely, Maria
Luiza, Nereu D'Avila, Newton Braga Rosa e Sofia Cavedon. À MESA, foi
encaminhado, pelo Vereador Carlos Comassetto, o Projeto de Lei do Legislativo
nº 001/07 (Processo nº 0008/07). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos
018/07, do Senhor Paulo César Hack, Gerente de Desenvolvimento Urbano da Caixa
Econômica Federal – CEF –; 027/07, da Senhora Fernanda Almeida Cappelini,
Supervisora de Produtos de Repasse da CEF; 030/07, do Senhor Ruben Danilo de
Albuquerque Pickrodt, Superintendente Regional da CEF; 040, 070 e 071/07, do Senhor
Valdemir Colla, Superintendente Regional da CEF. A seguir, a Senhora Presidenta
concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Carmem Corrêa Marun,
Presidenta da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio Grande do
Sul, que discorreu acerca dos efeitos, nas empresas que representa, da crise
que atualmente atinge o sistema de aviação comercial brasileiro, afirmando que
foram diminuídos os índices das comissões pagas por empresas de transporte
aéreo de passageiros a agências de turismo. Nesse sentido, propugnou pelo
auxílio deste Legislativo na fiscalização do cumprimento de contratos pelas
companhias do setor da aviação civil. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do
Regimento, os Vereadores Adeli Sell, João Carlos Nedel, Neuza Canabarro,
Bernardino Vendruscolo e Professor Garcia manifestaram-se acerca do assunto
tratado durante a Tribuna Popular. Também, o Vereador Adeli Sell formulou Requerimento
verbal, deferido pela Senhora Presidenta, solicitando o envio, à Agência
Nacional de Aviação Civil – ANAC –, à Gol Linhas Aéreas Inteligentes e à
Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio Grande do Sul, de cópias
das notas taquigráficas relativas à Tribuna Popular de hoje. Às quatorze horas
e vinte e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às quatorze horas e vinte e cinco minutos, constatada a existência de
quórum. A seguir, a Senhora Presidenta registrou a presença, neste Plenário, do
Senhor Nelcir Tessaro, Diretor-Geral do Departamento Municipal de Habitação. Em
GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Neuza Canabarro homenageou o transcurso do
centenário do Colégio Santa Família, declarando que essa instituição destaca-se
pela tradição na qualidade de ensino e na formação de jovens com fortes valores
éticos, morais e religiosos. Nesse sentido, historiou a fundação e o
crescimento dessa escola, salientando a contínua qualificação, ao longo dos
seus cem anos de existência, do quadro diretivo e do corpo docente desse
estabelecimento. O Vereador Newton Braga Rosa discursou acerca da importância
dos parques tecnológicos para o progresso econômico, argumentando que, nesses
centros, o empreendedorismo e a inovação são incentivados como forma de
dinamizar a matriz econômica das cidades e a geração de renda e postos de
trabalho qualificado. Da mesma forma, salientou a necessidade de criação de
condições adequadas em Porto Alegre para a instalação de empresas que atuem no
ramo da tecnologia. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Dr. Goulart debateu o programa desenvolvido pela
Prefeitura de Porto Alegre, em parceria com a Organização Não Governamental Instituto
Mulher Consciente, para implantação de contraceptivo subdérmico em adolescentes
do Bairro Restinga. Ainda, destacou que esse contraceptivo pode
ser retirado imediatamente, em caso de efeitos colaterais, convidando para Audiência Pública
sobre o tema, a ser realizada nesta Casa no dia dois de março do corrente. O
Vereador João Antonio Dib classificou
como excessivo o número de Parlamentares existente no País, avaliando a eficácia da atual
estrutura do Poder Legislativo. Também,
atentou para o número de projetos em tramitação nesta Casa, asseverando
que o papel principal do legislador deveria ser o de fiscalizar o cumprimento
da Lei, e não o de instituir continuamente novas normas, as quais, segundo Sua
Excelência, nem sempre são adequadas ou melhoram as condições de vida da população.
O Vereador Marcelo Danéris reportou-se
a edital publicado pelo Governo Municipal, para restauração do Auditório Araújo
Vianna, declarando que a empresa vencedora dessa licitação terá direito à
ocupação desse palco por setenta e cinco por cento dos dias do ano durante o
período de dez anos. No referente ao
assunto, afirmou que essa proposta representa um processo de
privatização, citando recursos
orçamentários previstos para investimento em obras de reforma desse espaço. O
Vereador Professor Garcia analisou
questões relativas aos programas de crédito educativo existentes nas
universidades privadas do País, salientando que hoje se observa um número elevado
de estudantes de nível superior que não concluem seu curso por falta de
condições financeiras. Nesse sentido,
declarou ser a educação instrumento básico ao crescimento econômico e
social, propugnando pela
destinação de mais recursos federais para aplicação em projetos nesse setor. A
seguir, foi apregoado Requerimento de autoria da Vereadora Sofia Cavedon,
solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje, tendo a Senhora
Presidenta declarado empossado na vereança o Suplente Gerson Almeida,
informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura,
Esportes e Juventude. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão,
os Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 001 e 002/07, discutidos
pelos Vereadores João Antonio Dib, Professor Garcia, Guilherme Barbosa, Adeli
Sell e Márcio Bins Ely; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos
213/06, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Guilherme Barbosa, e
233/06, discutido pelo Vereador Márcio Bins Ely, os Projetos de Lei do
Executivo nos 055, 056, 057, 058 e 059/06. Às quinze horas e trinta e
nove minutos, constatada a inexistência de quórum, a Senhora Presidenta declarou
encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelas
Vereadoras Maria Celeste e Maristela Meneghetti e secretariados pelo
Vereador Alceu Brasinha e pela Vereadora Maristela Meneghetti, esta como
Secretária “ad hoc”. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim
e pela Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos à
A Srª Carmem Corrêa Marun, representando a
Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio Grande do Sul, está com a
palavra para tratar de assunto relativo à crise no setor das agências de
turismo pelo tempo regimental de 10 minutos.
A SRA. CARMEM CORRÊA MARUN: Boa-tarde a todos. Primeiro gostaria de agradecer a esta Câmara, em
nome da Presidenta Maria Celeste, e ao Ver. Adeli Sell, que tanto tem se
dedicado ao turismo aqui no Estado.
Em nome da Associação Brasileira de Agências de
Viagem, venho hoje aqui trazer um assunto que talvez seja do interesse de
todos: a crise no setor turístico, principalmente nas agências de viagem. Venho
salientando e tentando tornar pública essa crise, porque as agências de viagem
comercializam 80% de todo o produto turístico do País. É muito fácil a gente
tentar ver por segmentos, desenvolver a hotelaria, desenvolver nossas estradas,
desenvolver a nossa parte de alimentação e uma série de coisas, mas, se não
tivermos quem distribua, isso não vale nada. Já dizia Vinícius de Moraes
naquela velha frase, quando ele descreve a mulher amada: “Mas tudo isso não
adianta nada se, nessa selva escura e enluarada, não se souber achar a grande
amada para viver um grande amor.” Então é a mesma coisa: não adianta a gente
procurar desenvolver vários segmentos do setor turístico do País se não nos
preocuparmos com a base, que são as agências de viagem - e elas estão fechando.
Como representante das agências aqui no Estado, tenho contato com o País inteiro,
e a notícia no País inteiro e no nosso Estado é de que elas estão demitindo
funcionários; lojas e subsidiárias estão fechando porque as companhias aéreas
simplesmente implantaram em nosso País um modelo econômico americano e europeu.
Eu acho interessante
que a gente traga tudo o que é bom para o nosso País, assim como para a nossa
Cidade, para o nosso Estado; é maravilhoso que a gente traga as coisas que são
positivas, mas elas têm que se adequar à nossa situação. E esse modelo econômico não se
adeqúa. O que é isso? Eles estão diminuindo o comissionamento dos agentes de
viagem. Então, a companhia aérea, que pagou durante anos, desde o início de
todo o setor turístico, 10% em passagens nacionais e 9% em internacionais, de
uma hora para outra reduziu, arbitrariamente, para 7% e 6%. Vocês vão dizer:
“Não, isso aí não é nada, 3% não significa nada”. Mas, dentro desse
comissionamento, isso significa 33%. E, de uma hora para outra, as empresas
terem 33% a menos, para sobreviver no nosso mercado, é muito difícil.
Então o que está acontecendo é exatamente o que eu
disse no princípio: essas agências estão fechando, estão demitindo
funcionários. Nós somos 1.500 agências no Estado. Vocês imaginem: cada uma tem
no mínimo cinco funcionários, e cada funcionário tem três dependentes. De
quantas pessoas nós estamos falando? Eu nem fiz a conta. Dez mil pessoas,
quinze mil pessoas dependentes dessa área. Sem falar no setor turístico, que
está perdendo, porque desde que tivemos essa crise e que tivemos um órgão regulador...
E eu pediria a todos que se dirigissem a ele ou, quem sabe, pediria a vocês,
que sabem mais, aos senhores, que sabem mais do que eu - nessa área política -
como atuar, que se reportassem a ele e fizessem uma pressão para que voltassem
a verificar esses contratos. Pois, na verdade, houve uma quebra de contrato.
Não adianta nada - como eu disse - a gente não ter
como transportar os passageiros. Vocês vão dizer: “As agências não vivem de
outra coisa?” Vivem, sim, mas qualquer setor do turismo do País depende da
aviação comercial. E essa aviação comercial está ditando leis, como hoje ela
está ditando no mercado, sem nenhuma vigilância, estamos vendo aí o caos, então
nós temos um problema imenso. Se puderem notar, nós temos hoje o duopólio no
nosso turismo, na aviação; nós temos só duas companhias áreas com mais de 80%
do nosso mercado. Essas companhias são a GOL e a TAM. Existia uma lei que
determinava, até tempos atrás, que no máximo uma companhia aérea poderia deter
48% do mercado. Essa companhia, na época, era a Varig. A Varig, para poder
crescer, montou a Rio-Sul, e aí ela conseguiu 52% do mercado. Por que hoje é
permitido que duas companhias aéreas monopolizem todo esse mercado? Quer dizer,
elas começaram a ditar regras, e hoje nem a Justiça, nem através das nossas
leis estamos conseguindo fazer alguma coisa. Então, acho também que temos que
fiscalizar, temos que pedir a ANAC, que hoje é o órgão regulamentador, que tome
providências, que verifique o que está acontecendo, o porquê da quebra de
contrato.
As agências de viagens, por exemplo, algumas delas,
têm contratos com órgãos públicos. Isso é muito importante salientar para ver
como também aqui elas estão sendo atingidas. Por intermédio da Lei nº 8666,
elas são obrigadas a dar descontos. Obrigadas não, elas oferecem descontos,
devem oferecer o menor preço para todos os órgãos governamentais. E nesse
oferecimento de preço é feito um contrato. Bom, se as companhias áreas quebram
o contrato com as agências, como é que as agências ficam com os contratos com
os órgãos estaduais, federais e municipais? Então todo esse setor de agências
está sendo atingido.
Eu pedi que me encaminhassem uma documentação, que
vou deixar nas mãos da Verª Maria Celeste, em que, junto com a ABAV, se
manifestam mais duas entidades do turismo. Uma é o Sindicato das Agências de
Viagens do Rio Grande do Sul, e a outra é uma entidade de uma importância muito
relevante, e elas só corroboram as minhas palavras: da importância de fazermos
alguma coisa neste momento, antes que o setor turístico do País sofra muito
mais com a quebra e as demissões que estão ocorrendo.
Nós podemos falar da Internet, de que ela está aí
para substituir. Não, a Internet não substitui os agentes de viagens. A
Internet, hoje, não dá conta do atendimento das pessoas. Se vocês tentarem
entrar em qualquer site de companhia área, vão ver que não conseguirão
acessar muitas vezes, porque esses sites não têm capacidade de suprir
toda a necessidade dos clientes. A Internet não esclarece, não ajuda o
passageiro em qualquer problema e demanda que ele tenha. O papel do agente de
viagem continua sendo fundamental na nossa economia. Eu peço a todos, por
favor, que dêem uma especial atenção a esses problemas que o setor está
vivendo. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Srª
Carmem. Convidamos a Srª Carmem a fazer parte da Mesa.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. ADELI SELL: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, minha amiga Carmem, representando aqui a
Associação Brasileira das Agências de Viagens do Rio Grande do Sul. A
Associação teve essa iniciativa louvável de puxar em nível nacion al uma mobilização acerca da defesa das
agências de viagem diante dessa posição unilateral da empresa Gol, que baixa,
simplesmente, a parte que cabe aos agenciadores de passagens, o que prejudicou
enormemente essa categoria, que tem prestado um serviço tão importante para a
população.
A
nossa Bancada, a do Partido dos Trabalhadores, quer ser solidária a essa
mobilização. Nós já tivemos a oportunidade de conversar outras vezes sobre esse
tema, não é a primeira vez que isso acontece. Lembro que, há cinco ou seis
anos, aconteceu algo semelhante, houve mobilização, e ela deve continuar.
Inclusive, quero requerer, minha cara Presidente Maria Celeste, que mandemos
cópias da intervenção da Presidente Carmem e da fala dos Vereadores para a
Agência Nacional da Aviação Civil - ANAC -, para a empresa Gol e também,
evidentemente, que mandemos um dossiê completo para a própria ABAV do Rio
Grande do Sul, para que ela possa interagir com as autoridades, tendo,
portanto, a posição desta Câmara Legislativa. Muito obrigado, continuem assim,
mobilizando, porque a sua luta é justa e correta.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Em
nome da Bancada do Partido Progressista, composta por este Vereador e pelos
Vereadores João Antonio Dib e Newton Braga Rosa, gostaria de dar as boas-vindas
à Srª Carmem Marun, Presidente da ABAV do Rio Grande do Sul, que vem nos trazer
esse grave problema contra o turismo em nosso Estado, em nossa Capital.
O
Ver. Adeli Sell e eu somos entusiastas do turismo. E eu bem sei do imenso
trabalho que as agências de viagem prestam à sociedade, especialmente ao
turismo, às empresas, porque elas estão mais próximas da população, mais
próximas do usuário. E eu quero, Dona Carmem Marun, que a senhora receba a
solidariedade da Bancada do Partido Progressista, estamos à sua disposição para
continuarmos juntos nessa luta. Parabéns pelo seu esforço em prol do turismo.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
A Verª Neuza Canabarro está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. NEUZA CANABARRO:
Srª Presidenta, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores . (Saúda os componentes da
Mesa e demais presentes.) Em nome da Bancada do PDT - Ver. Mario Fraga, Ver.
Nereu D’Avila, Ver. Ervino Besson e Ver. Márcio Bins Ely -, quero lhe dizer que
estamos acompanhando essa crise e que não encontramos nenhuma justificativa que
venha embasar esse fato da redução de percentual de 10% para 7% nas viagens
nacionais e de 9% para 7% nas viagens internacionais, nem a justificativa de
que seria em benefício do usuário, porque não altera absolutamente nada para
quem vai utilizar, para o turista, para o viajante. Por essa razão, nós estamos
solidários e nos colocamos à disposição para aquilo que for necessário em
relação à pressão, para que a empresa Gol possa modificar essa decisão.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Obrigada.
O
Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO:
Srª Presidenta; Srª Carmem Corrêa Marun, Presidente da Associação Brasileira de
Agências de Viagens do Rio Grande do Sul, aqui falo em nome do Dr. Raul,
Vereador da nossa Bancada desde o dia 1º de janeiro; do Ver. Haroldo de Souza e
do Ver. Sebastião Melo. Eu estava ouvindo os colegas que debatiam logo após o
seu discurso, e também nós queremos, em nível de Bancada, nos somar a esse seu
desabafo, a esse seu apelo. Isso me parece que é corrente em todos os setores
de serviços no Brasil, levados, certamente, pela concorrência, enfim, até por
concorrências internacionais. Mas nós precisamos pelear, para que não venhamos
a sucatear tudo.
Gostaria
de fazer um registro: acabo de chegar da Argentina, e a gente notou a
dificuldade que se tem de transitar pelos países do Mercosul, assim como os
nossos hermanos argentinos têm dificuldade de transitar aqui no Brasil.
Fizemos o tratado do Mercosul nos preocupando muito em escrever, e não
procuramos fazer uma integração mais em nível de sentimento, de cultura e de
integração verdadeira. Por isso, essas dificuldades que tanto eles como nós
temos quando viajamos por esses países. Aproveito este momento para fazer este
registro.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Obrigada, Ver. Bernardino.
O
Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. PROFESSOR GARCIA:
Prezada Srª Carmem Corrêa Marun, Presidenta da Associação Brasileira de
Agências de Viagem do Rio Grande do Sul, falo em meu nome e em nome da Verª
Clênia Maranhão. Queremos, primeiro, parabenizá-la por trazer esse assunto que
é latente em todo País. Nos últimos tempos, nós temos analisado,
essencialmente, a questão dos aviões, a questão dos aeroportos, mas isso é uma
cadeia, envolve aviões, envolve rede hoteleira, envolve todo o comércio.
Eu
sou Presidente do Fórum de Educação Física dos Países do Mercosul e tenho
acompanhado junto ao Ministério do Trabalho, em relação às faculdades de
turismo do Brasil, a questão da regulamentação do curso, da regulamentação do
turismólogo. Na
realidade, o que eu vejo é que não é só a questão do monopólio. Primeiro, com
relação à própria questão da ANAC, e o Ver. Adeli solicitou que as notas
taquigráficas sejam enviadas à ANAC: a própria Agência Nacional, hoje, está
omissa. E digo publicamente que ela está omissa porque, na realidade, durante
todo esse processo, ela está colocando “panos quentes” e não tenta, de forma
aguda, resolver a situação. Além disso, o que está sendo feito é uma verdadeira
selvageria com esse mercado, tentando excluí-los. E nós sabemos que hoje o
mercado do turismo é o mercado que mais cresce no Brasil e no mundo; é um dos
grandes aportes que nós temos, pois, além da incrementação do emprego, há
também a questão da própria geração de fomento de renda.
Então,
em nome do nosso Partido, o Partido Popular Socialista, quero dizer que somos
solidários, mas entendemos que o Governo Federal, sim, tem a rédea e tem que
tomar uma posição. Fico muito contente com o fato de o Ver. Adeli Sell, como
Líder da Bancada do PT, estar trazendo esse assunto aqui.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada.
Ver. Professor Garcia.
Acolho
o Requerimento do Ver. Adeli Sell, que solicitou encaminhamento de cópia das
notas taquigráficas desta Tribuna Popular e da manifestação das diversas
Bancadas desta Casa à Agência Nacional - a ANAC -, à empresa Gol, envolvida na
questão colocada, e também à própria Associação. Srª Carmem, registro o nosso
reconhecimento pelo seu trabalho, seja sempre muito bem-vinda a esta Casa e até
a próxima!
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h23min.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 14h25min): Estão reabertos os trabalhos. Registro a
presença, na tarde de hoje, do Diretor do DEMHAB em nosso plenário, Dr. Nelcir
Tessaro. Seja muito bem-vindo à Câmara Municipal de Porto Alegre!
Passamos
ao
A
Verª Neuza Canabarro está com a palavra em Grande Expediente.
A
SRA. NEUZA CANABARRO: Exma Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público
presente nesta tarde, em especial o Professor Estácio Nievinsky, que representa
aqui o Colégio Santa Família. Nós citaríamos ainda a Diretora da Escola, Irmã
Rosália Sehnem; a Vice-Diretora, Irmã Aparecida de Fátima Vieira; o Irmão Nelsi
Mueller, do Setor Financeiro; a Secretária Irmã Mareni Reis; a Professora Luísa
Maria Ribeiro Menz, Diretora de Gestão; a Luciane Zaneti Santos e a Adriana
Longoni Moreira, do Setor Pedagógico, e a Taís Holosback Mariani, da Orientação
Vocacional.
Nós
homenageamos, na data de hoje, o centenário do Colégio Santa Família. É com
grande satisfação que faço esta homenagem ao Colégio Santa Família, um dos mais
tradicionais estabelecimentos de ensino de Porto Alegre, ele comemora cem anos
na próxima quinta-feira, dia 1º de março. É uma Instituição reconhecida pela
educação de qualidade e formação de jovens com valores éticos, morais e
religiosos e deve sua importância e crescimento à dedicação, luta e muito
trabalho das Irmãs Franciscanas de Penitência e Caridade Cristã.
No
distante ano de 1907, duas religiosas da Congregação, Irmã Maria Ivo Schwerner
e Irmã Inês Vogel, iniciaram esse maravilhoso trabalho numa casa localizada na
esquina das Avenidas Pátria com Voluntários da Pátria. A Escola foi fundada
para acolher os filhos dos imigrantes que chegaram à Capital gaúcha para
trabalhar nas indústrias instaladas no 4º Distrito. Logo precisou se instalar
num local mais espaçoso e foi transferida para o atual endereço, na Av. Pará nº
833. Em 1930, o estabelecimento foi ampliado com a implantação do Jardim de
Infância e, em 1953, com a criação do Curso Ginasial Misto. Em 1975, um
incêndio destruiu parte da Escola, mas graças à mobilização da comunidade sua
recuperação ocorreu em um curto espaço de tempo. Em 1995, recebeu mais um
impulso com a implantação do Ensino Médio.
Numa
sociedade marcada pela banalização da violência e pela falta de perspectiva
para os jovens, o Colégio Santa Família oferece uma grande contribuição para a
construção de uma sociedade com ideais de justiça e solidariedade. Entre tantos
projetos desenvolvidos na Instituição, destaco o projeto Escola Solidária, que
estimula os jovens no sentido do engajamento em causas sociais e os incentiva a
assumirem o papel de agentes na construção de uma sociedade mais justa e com
menos desigualdade. Essa experiência de inclusão social e inserção na
comunidade demonstra na prática como a Escola pode ser um espaço gerador de
cidadania e como ela tem um papel fundamental de transformação da realidade.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Neuza Canabarro,
quero me associar à homenagem que V. Exª presta à Escola, porque realmente ela
merece todas as homenagens e principalmente porque ela serviu de palco para
muitas reuniões, e hoje o Conduto Álvaro Chaves está sendo construído.
A
SRA. NEUZA CANABARRO: Obrigada,
Vereador.
Centro
de ensino inspirado nos ensinamentos e obras de São Francisco de Assis e Madre
Madalena, ao longo de um século, vem orientando gerações de alunos no sentido
de desenvolver o espírito crítico e consciente. O estímulo ao diálogo nos
conflitos e ao debate sobre o sentido da vida, questões de gênero, de etnias e
de culturas, são alguns dos pontos altos da condução dessa Escola. A
preocupação com o respeito à natureza, o diálogo inter-religioso e o ecumenismo
fazem da Santa Família uma Escola de referência, no momento em que assistimos à
perda de valores provocados pela desagregação familiar e à incapacidade dos
Governos de desenvolver políticas sociais eficientes.
A
visão franciscana, que norteia a orientação pedagógica do Colégio Santa
Família, contribui para formar cidadãos com capacidade de superar as
dificuldades da vida, vencer no mercado de trabalho e, principalmente, atuar na
construção de uma sociedade mais fraterna, mais justa e menos hostil ao ser
humano. Esses valores, aliados à orientação religiosa, fazem do Colégio Santa
Família uma referência na formação dos alunos que semearão ao longo de sua
vida, em todos os locais e aspectos, uma cultura de paz e ecumenismo, baseada
em ideais de ética e busca do bem comum.
O
Sr. Bernardino Vendruscolo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre colega, Verª Neuza
Canabarro, a Bancada do PMDB quer se somar a esta homenagem e a cumprimentar
pela iniciativa. Assim como o Colégio Santa Família, tantos outros colégios de
cunho religioso contribuíram para a formação do povo do Rio Grande do Sul, e,
certamente, nós devemos fazer tudo que é possível para homenagear essas
entidades que engrandecem, cada vez mais, a formação do povo do Rio Grande do
Sul e do Brasil de um modo geral.
O
Sr. Mario Fraga: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Neuza Canabarro, eu queria
dar-lhe os parabéns por ter trazido ao Grande Expediente o Colégio Santa
Família, a gente passa por ali e vê aquele prédio, e não vê o trabalho que eles
passaram para chegar até este momento. Vossa Excelência resgata a história
dessa Escola, que vai fazer cem anos e que é muito importante para a nossa
Cidade. Meus parabéns pela iniciativa.
(Revisado
pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Obrigada, Verª Neuza Canabarro.
O
Ver. Newton Braga Rosa está com a palavra em Grande Expediente.
O
SR. NEWTON BRAGA ROSA: Srª
Presidenta, colegas Vereadores, já disse, mas aproveito para repisar: sou
professor universitário, empresário da área de Tecnologia e entendo como meu
grande papel aqui na Câmara a promoção do desenvolvimento da Cidade baseado em
novas tecnologias.
Existe no Brasil uma associação chamada Anprotec,
que é a Associação Nacional de Entidades Promotoras
de Empreendimentos Inovadores, que define o que vem a ser um parque
empresarial tecnológico. É um complexo industrial de base
científico-tecnológica, planejado, de caráter formal, concentrado e
cooperativo, agregando empresas cuja produção se baseia em pesquisa
desenvolvida em Centros de PED - Centros de Pesquisa e Desenvolvimento.
O propósito fundamental dos parques tecnológicos é
a geração do bem-estar social e do progresso econômico por meio da promoção do
empreendedorismo e da inovação.
O resultado de um parque tecnológico é a dinamização
da matriz econômica da cidade, geração de renda e empregos qualificados. Ora,
em vários locais do mundo, os parques tecnológicos já mostraram resultados
significativos. A iniciativa não é recente; uma consulta bibliográfica feita
numa publicação da Valetec, do professor Felipe Barros, mostra que,
desde a década de 60, nos Estados Unidos, os parques tecnológicos têm se
mostrado como a mola propulsora da indústria de alta tecnologia. Um parque
tecnológico nada mais é do que a associação conveniente de equipamentos urbanos
numa área restrita onde a empresa que vai para lá sabe que ao seu lado haverá
outras empresas de mesmo conteúdo tecnológico. Um parque normalmente é um local
cercado onde as atividades são previamente planejadas de modo que tudo ocorra
no sentido da otimização dos resultados dos investimentos realizados naquele
ambiente.
Poderia citar aqui vários casos de parques
bem-sucedidos, mas vou me restringir à idéia que orientou esta minha
manifestação. Porto Alegre é uma cidade diferenciada no sentido de que no seu
entorno estão universidades
que são referências no mundo inteiro. Não vou citá-las, só vou dizer que se
trata de quase uma dezena de universidades na área metropolitana de Porto
Alegre que não só formam alunos, mas realizam projetos de pesquisa e
desenvolvimento, muitos deles com conteúdo para se tornarem produtos, só que
isso muitas vezes não acontece. Existe certa dificuldade em se fazer uma
interação entre empresa e universidade, entre empresas já existentes e
universidades que têm projetos de pesquisas emergentes. A proposta de parques
tecnológicos é a criação de novas empresas a partir de novas pesquisas.
Nesse
contexto, nós somos brindados, em Porto Alegre, por uma experiência exitosa e
por uma outra, de dez anos atrás, que talvez não tenha dado os resultados
esperados. Sobre a experiência anterior, num certo momento, achava-se que o 4º
Distrito de Porto Alegre poderia tornar-se um parque tecnológico. Eu lembro
que, na época, na última vez que eu tratei desse assunto, o Ver. Adeli Sell era
Secretário da SMIC, e dentro da SMIC havia uma secretaria ou setor de
tecnologia chamado Sedetec. Era uma proposta para uma zona decadente da Cidade
onde havia depósitos de transportadoras que haviam sido deslocadas para o Porto
Seco. Um desses prédios era de propriedade da Prefeitura, e imaginava-se que,
se aquele prédio fosse reformado para sediar uma incubadora, espontaneamente
empresas de alta tecnologia começariam a ocupar outros prédios da região,
formando um parque tecnológico. O projeto não progrediu.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Efetivamente, Ver. Newton, não
poderia progredir, porque, para esse tipo de projeto, não basta um local, como
é o caso da Transportadora Javali, para cujo espaço precisamos achar uma
ocupação melhor. Até porque só a reforma básica daquele prédio, na época,
custaria 209 mil reais, porque é um prédio que tem poucas condições para esse
tipo de tecnologia, teria que haver uma reforma muito profunda.
Então,
parece-me que só pode ser feito como foi feito em Barcelona e em outras
cidades, se a microrregião - no caso, o 4º Distrito; mais restritamente, entre
a Rodoviária e o DC Navegantes - recebesse um investimento. Talvez no Plano
Diretor V. Exª possa contribuir comigo e com outros Vereadores, a fim de que
possamos delimitar quatro ou cinco quarteirões como área de alta tecnologia,
discutindo, a partir disso, a questão das compensações de IPTU e ISSQN por um
período de anos. Eu acho que o exemplo de Barcelona talvez pudesse
resgatar... Se V. Exª tiver algum material, gostaria de manter este diálogo com
o nobre Vereador. Muito obrigado.
O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Obrigado, Ver.
Adeli.
O Sr. João Carlos Nedel: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Newton Braga Rosa, quero
cumprimentá-lo pela preocupação com esse assunto tão importante para a nossa
Cidade, que, por ser Capital, está voltada para os serviços e para a alta
tecnologia. Nós só vamos superar esse atraso com alta tecnologia. Então, V. Exª
receba os meus cumprimentos por essa preocupação. Quanto à forma de fazer, nós
vamos discutir, mas o importante é termos um pólo de alta tecnologia aqui em
Porto Alegre.
Há
cerca de trinta dias, fomos procurados por uma empresa de capital francês que
já está instalada em Porto Alegre e que queria ampliar os seus 1.200 metros
quadrados de área para 2.800 metros quadrados. Ela procurou cerca de 98
pavilhões industriais - aliás, foram exatos 98 pavilhões - em Porto Alegre e
descobriu que 80% não tinham condições de habite-se. Essa empresa já estava
desistindo de fazer o investimento, quando fomos procurados. Nós estamos
tentando converter esse problema numa solução mais genérica, porque, atrás
dessa empresa, certamente virão outras, e nós precisamos ter um ambiente
adequado para receber esses investimentos que já ocorreram dentro do Tecnopuc,
só que o Tecnopuc não consegue sediar indústrias de alta tecnologia, que
precisam de um espaço maior do que empresas de software.
Ver.
Bernardino, por quem tenho respeito e admiração, dentro do Tecnopuc o espaço é
tão pequeno que só uma atividade de altíssimo valor agregado, como o software,
consegue se instalar. Uma empresa como essa francesa, que desenvolve
eletrônica embarcada para ônibus e caminhões, precisa ter uma área industrial
maior, ela precisa ter um parque tecnológico empresarial em que possa colocar
4.000 metros, que é o objetivo da empresa. Só para os Vereadores terem uma
idéia do que se trata, o Tecnopuc inteiro tem 12.000 metros quadrados. Uma
única empresa industrial precisa de 4.000 metros quadrados.
Fizemos
estudos, fizemos contatos junto à Prefeitura e chegamos a um encaminhamento de
proposta: seria muito importante que o parque tecnológico empresarial de Porto
Alegre ficasse próximo ao Aeroporto, e há uma razão para isso. A Infraero, em
Belo Horizonte, está fazendo um projeto piloto muito importante: eles criaram,
em uma área contígua ao Aeroporto de Contagem, um parque para manufatura de
insumos, ou seja, os componentes são importados, mas não são internados no
Brasil. Os componentes são levados para essa área industrial, e ali são feitos
produtos para o mercado de exportação. Se o produto é efetivamente exportado,
ele jamais - os seus insumos - será internado, ou seja, é como se fosse uma
área neutra, não é uma área dentro do Brasil. Portanto, se Porto Alegre quiser
se engajar nesse processo, a proximidade com o Aeroporto passa a ser um fator
estratégico.
O
Sr. Bernardino Vendruscolo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, quero o cumprimentar
pela iniciativa, acho que o senhor está certo. Nós temos de dar possibilidades
e condições a essas empresas no sentido de elas ficarem em local de fácil
acesso, principalmente em relação ao Aeroporto; V. Exª tem razão.
O
SR. NEWTON BRAGA ROSA: Ótimo,
muito obrigado, Ver. Bernardino.
Concluindo,
Srª Presidente, depois de cerca de trinta dias de trabalho, nós conseguimos
esboçar uma solução no sentido - inclusive com a participação intensa do Ver.
Dib, que conhece profundamente o Plano Diretor atual - de instituir a
Subunidade 3, da Unidade de Estruturação Urbana 022, da Macrozona 02, que é a
Zona próxima ao Aeroporto, como uma área urbana de ocupação prioritária, nos
termos do art. 79 da Lei do Plano Diretor, com o objetivo específico de
incentivar a implantação do Parque Empresarial Tecnológico de Porto Alegre,
visando à geração de renda e postos de trabalhos qualificados.
No
momento oportuno, no momento em que eu tiver mais algumas contribuições, que
espero receber depois deste pronunciamento, eu gostaria de apresentar à Casa
uma Emenda ao atual Plano Diretor, criando essa área de desenvolvimento
diferenciado, e gostaria de contar com a ajuda de todos os Vereadores nesse
sentido, porque Porto Alegre tem condições de se tornar a Capital Nacional da
Tecnologia. A hora é agora. Muito obrigado pela atenção.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigado,
Vereador.
Encerramos
o período de Grande Expediente. Passamos às
O
Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Elói Guimarães.
O
SR. DR. GOULART: Boa-tarde,
Srª Presidente, Verª Maria Celeste; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, quero
agradecer ao Ver. Elói, que me cede o tempo em Comunicações, e cumprimentar o
Ver. Marcelo Danéris, pois não tínhamos nos visto ainda. Um abraço a V. Exª,
Vereador, seja bem-vindo.
Bom,
meus senhores, minhas senhoras, no dia 2, sexta-feira à tarde, haverá uma
Audiência Pública nesta Casa em que se estudará, mais uma vez, a situação da
anticoncepção por parte das mulheres, através do uso de implantes hormonais.
Temos de fazer algumas reflexões. Primeiro, causa-me espanto, como
ginecologista de ponta, comunitário, o fato de o implante estar tendo
dificuldades de aceitação por determinadas instituições, grupos e pessoas.
Causa-me espanto, é como se as pessoas não soubessem que o implante subdérmico
é a medroxiprogesterona. Ah, vocês não precisam saber o que é
medroxiprogesterona, porque vocês não estudam Bioquímica, não estudam Medicina.
Mas, então, têm de estudar para poder reclamar! Têm de saber o que é para poder
reclamar!
É
a mesma injeção trimestral de Provera! É a mesma injeção que está aí sendo
usada há mais de trinta anos por todos os consultórios particulares ou do SUS.
É a mesma! Agora, de uma hora para outra, por algum motivo, uma instituição não
quer que se use nas mulheres mais pobres a medroxiprogesterona! E até é melhor
o implante do que a injeção, porque, se por acaso houver algum efeito colateral
- e o efeito colateral dessa injeção é o sangramento incontrolável, ou a
retenção de líquido, que deixa a mulher um pouco maior, o que elas não querem,
com razão! -, com a injeção elas terão de esperar passar 120, 180, 200 dias,
para parar com esse efeito; ao passo que o implante colocado
subdermicamente pode ser tirado com uma microcirurgia assim que se constata o
efeito colateral.
Por que não querem que as mulheres usem o implante,
quando o grande problema da juventude, além da droga, que nos espanta, que nos
intimida, que nos incomoda, é a gravidez na adolescência? Sabem muito bem os
senhores que, das mulheres que freqüentam o SUS, entre 13 e 20 anos, 27,8%
estão grávidas, estão no pré-natal. Chama-se essa situação de “gravidez não
planejada”, “gravidez acidental”, “gravidez não desejada”, e o uso do implante
combate isso!
E aí o que dizem para nós as pessoas? “Mas vai
aumentar o número de pessoas com AIDS, porque a pessoa que usa implante não usa
camisinha!” Não é verdade! Isso não é verdade! Quem usa camisinha está
orientado para não pegar DST ou AIDS. Então, a grande discussão vai ser a
seguinte: estaremos envolvidos no dilema da gravidez na adolescência ou no
problema das DSTs - Doenças Sexualmente Transmissíveis - e AIDS? Problema é
diferente de dilema. Problema tem solução, pode-se fazer tratamento, podem-se
fazer programas de prevenção. Agora, quando uma menina engravida, é um dilema,
não é um problema. Por que é um dilema? Porque os dois caminhos a serem tomados
são ruins: ter filhos na idade de 13 anos é muito ruim, ataca a cidadania,
ataca a saúde, a menina não fez 15 anos e sequer vai estudar, pois abandona o
colégio na maioria das vezes. Mas, se ela resolver fazer aborto, também é muito
ruim, porque não existe aborto permitido na nossa Pátria, a não ser que esse
resulte de estupro ou se a gravidez puser em perigo a vida da mãe. Não se pode
fazer aborto. E onde uma menina de 13 anos vai fazer aborto? Nos locais em que
se realizam abortos clandestinos. A gravidez na adolescência aumenta o número
de abortos e aumenta o número de infecção por aborto, aumenta o número de morte
por aborto.
Eu acho que as instituições deveriam estar
preocupadas com o motivo de essa ONG trazer 2.500 implantes, preocupadas em
saber quem é a ONG, por que ela trouxe isso, e não questionar se as meninas
devem ou não devem usar. Devem usar, mesmo porque este único hormônio,
medroxiprogesterona, vou
falar no termo popular, não faz mal. Não traz efeito colateral, não traz doença
para as meninas. Gravidez na adolescência traz doença social; doença
sexualmente transmissível já é doença, portanto deixem em paz o programa,
reclamem do que não se tem e parem de reclamar do que se tem.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A
Verª Maristela Maffei está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo
do Ver. Newton Braga Rosa.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, ao longo do tempo, eu tenho
tido uma preocupação muito grande com o número de Legisladores no nosso País. A
Câmara Federal tem 513 Deputados, o Senado tem 81 Senadores. Nos Estados
Unidos, nós temos 50 Estados, são cem milhões de habitantes mais que o Brasil,
um milhão de quilômetros quadrados mais que o Brasil, e nós temos 435
Deputados. Se fizéssemos à semelhança dos Estados Unidos, sem contar o seu
dinheiro, sem contar a área do país, sem contar a população do país, se
estabelecêssemos a mesma proporção no Brasil, teríamos um Congresso com 234
Deputados, uma vez que nós temos 27 Estados. E teríamos 54 Senadores, como lá
tem dois Senadores por Estado. Nós aqui temos três Senadores por Estado, e há
até Estado que tem um Senador que mora lá no Maranhão e é Senador pelo Estado
do Amapá, enquanto a sua filha, que também mora no Maranhão, é Senadora pelo Maranhão.
Quer dizer, nós temos excesso de Legisladores neste País, e isso custa muito
caro para o País.
Mas
eu também não posso dizer que a Câmara Municipal de Porto Alegre não tem
excesso de Vereadores. São 36 Vereadores, e nós não votamos quase nada. Hoje,
na Ordem do Dia, há 134 Projetos de Lei, quase todos de anos anteriores, alguns
são importantes sem dúvida nenhuma. Por exemplo: ano de 2000, Projeto de
autoria deste Vereador (Lê.): “Institui procedimento simplificado para a
regularização de edificações e dá outras providências.”
Do
ano de 2005, há um Projeto de Lei deste Vereador pretendendo a regularização de
um absurdo que aconteceu nesta Casa, quando, na Comissão de Justiça, alteraram
a Redação Final e criaram um Prefeito que não teve nenhum voto. Assumiu o
Procurador-Geral da Prefeitura, que fez, inclusive, por decreto, uma
modificação muito grande na Procuradoria do Município. Isso no ano de 2004.
Srª
Presidenta, quando tínhamos 21 Vereadores nesta Casa, nunca acontecia de os
Projetos ficarem de um ano para o outro. É que não se faziam tantos Projetos.
Hoje temos projetos, projetos e mais projetos e pressa, pressa e mais pressa
para algumas coisas que não têm importância, enquanto que outras que têm
importância nós relegamos para um plano secundário. A qualquer momento pode
ser, mas não na hora necessária.
Tenho
um Projeto de Lei de 2004 tentando resolver um velho problema da Rua Anita
Garibaldi e da Rua Carlos Huber, Projeto que não foi votado, não foi analisado,
não foi pensado, porque na hora se votam projetos sem maior importância, mas
nós temos 36 Vereadores, e os 36 Vereadores não entendem, ou entendem mais até
do que este Vereador, mas não querem pensar que lei deve ser feita no momento
exato e justo. Não se deve confundir lei com história em quadrinhos, feita em
quantidade para agradar. Eles pensam que, se não fizerem leis, não são
Vereadores. Não! O grande Legislador é o que fiscaliza o cumprimento da lei,
não é o que cria novas leis. Não precisamos de mais leis, precisamos de leis
que sejam cumpridas, leis que sejam claras, precisas, concisas, e isso parece
que não está acontecendo.
Acho
que, se nós tivéssemos lá na Câmara Federal 234 Deputados em vez dos 513, nós
economizaríamos muito dinheiro, mas, sobretudo, resolveríamos muito mais coisas.
Porque não tem essa história: “Eu deixo que o outro faça, tem 513, por que vou
me preocupar?” E aqui, se tivéssemos 21 Vereadores, como foi no passado, nós
também economizaríamos bastante, mas, sobretudo, aconteceria o que aconteceu no
passado: os Projetos eram votados. Havia apenas três Comissões, e nós
resolvíamos os problemas: Comissão de Justiça, que dizia “pela tramitação” ou
“pelo arquivamento”. Isso é o que a Comissão de Justiça deveria fazer. Não é o
que faz, e, quando faz, não é aceito. A Comissão de Serviços Municipais
abrangia todo o serviço da Prefeitura, e a Comissão de Finanças examinava o
Orçamento e as leis tributárias que por acaso viessem de parte do Executivo
Municipal.
Portanto,
eu espero que um dia o Brasil melhore quando tivermos menos Deputados, menos
Senadores e menos Vereadores também. Eu abro uma exceção para as Assembléias
Legislativas, parece-me que elas têm um número razoável. O Estado do Rio Grande
do Sul, com 280 mil quilômetros quadrados, tem 55 Deputados; nós, com 500 quilômetros
quadrados, temos 36 Vereadores. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
(A
Verª Maristela Meneghetti assume a presidência dos trabalhos.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra em Comunicações.
(Pausa.) Ausente. O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra em Comunicações.
O
SR. MARCELO DANÉRIS: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos acompanha aqui e pela TV
Câmara, no final da semana passada, sexta-feira, Porto Alegre teve uma notícia
bastante triste para a Cidade e, em especial, para o mundo cultural da nossa
Cidade. Nós vimos colocado no papel um processo de privatização branca do
Auditório Araújo Vianna. Nós vemos em andamento, desde sexta-feira da semana
passada, um processo de privatização da cultura em Porto Alegre.
E
por que eu estou dizendo isso? Porque, na sexta-feira, a Prefeitura de Porto
Alegre publicou o edital de concorrência, a licitação, para as obras de
restauração do Auditório Araújo Vianna. Sobre que condições, Vereadores,
Vereadoras e público que nos acompanha aqui e pela TV Câmara? Sete milhões de
reais para fazer essa restauração, e a empresa que vencer a concorrência e a
licitação daquele velho Araújo Vianna, que todo porto-alegrense conhece muito
bem, das suas tardes de domingo ou das suas noites de sexta e sábado... A sua
história marca uma ligação forte com a juventude de Porto Alegre,
principalmente, e com o seu meio cultural. Aquele Araújo Vianna será oferecido
em uma bandeja pela Governança Fogaça, para que a empresa vencedora da
concorrência, com sete milhões de reais, explore por dez anos 75% dos dias do
ano.
É obvio que, pelo pouco tempo aqui, não será
possível analisar detalhe a detalhe, mas é um escândalo isso acontecer em Porto
Alegre com o silêncio da maioria das forças políticas desta Cidade e - eu diria
- pelas costas da maioria dos atores do mundo cultural de Porto Alegre. O
Araújo Vianna está em franco processo de privatização, entregue, a partir de
uma concorrência, para que seja ocupado 75% dos dias do ano durante dez anos.
Isso sem consulta ou audiências públicas, sem uma relação democrática com a
comunidade do entorno do Araújo Vianna, sem chamar o movimento cultural desta
Cidade, desconsiderando completamente a história do Araújo Vianna e começando,
sem pedir licença, um processo de privatização depois de dois anos de
deteriorização daquele Auditório.
A
Lei nº 8.666, que rege licitações, a Lei Orgânica do Município, a Constituição
Federal, com certeza, prevêem não só a necessidade de audiências públicas e de
uma autorização mínima da população, como também não permitem, do ponto de
vista legal, que essa privatização branca seja realizada da forma como está
sendo feita no Araújo Vianna. Mas o mais grave é que o Orçamento de Porto
Alegre previa no primeiro ano do Governo Fogaça mais de 300 milhões de reais,
que foram cortados, a ponto de só serem executados 109 milhões de reais. E o
Araújo Vianna lá, deteriorando-se, para depois ser entregue numa licitação. No
segundo ano, foram previstos mais de 200 milhões de investimentos, e apenas 120
milhões foram executados, e o Araújo Vianna lá, sendo deteriorado, e, mais uma
vez, sendo entregue à iniciativa privada, contrária à vontade do mundo
cultural. E aí o Secretário da Fazenda, que não nos deu a graça de sua presença
hoje, anuncia um superávit de 93 milhões, e o Araújo Vianna lá, deteriorado,
abandonado, agora sendo entregue de bandeja para a iniciativa privada.
Ora,
que compromisso com a cultura, com o patrimônio público e com os equipamentos
públicos tem a Governança Fogaça? O compromisso ficou claro: entregar à
iniciativa privada e começar um processo de privatização branca por cima da
população e desrespeitando os movimentos culturais de Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver.
Professor Garcia está com a palavra em Comunicações.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, venho trazer hoje um
tema de extrema relevância para o nosso País, já que estamos começando um novo
ano letivo, sobre a questão dos programas de crédito educativo nas nossas
universidades privadas.
Quero dizer que no
Brasil, infelizmente, nos últimos anos, se criou um verdadeiro crime para com a
população. E por que utilizo a palavra crime? Porque se criou toda uma
expectativa na população de facilitar o acesso dos alunos para ingressarem no
curso superior e terem o tão sonhado diploma de curso superior. O que temos
visto é que ingressar num curso superior hoje está relativamente fácil, e, se
notarmos, inclusive, sobram vagas nas nossas universidades privadas, só que, na
realidade, o que constatamos é que o maior problema começa quando os alunos,
passando no vestibular - e aí começa o maior drama por parte das famílias brasileiras
-, vão fazer a matrícula.
Este Vereador é
educador, lida diariamente com a questão da educação e,
diariamente, no meu gabinete, constato esse drama das famílias que juntam todas
as suas economias para investirem nos seus filhos, só que se cria uma falsa
ilusão, pagam um mês, pagam dois meses e, no final do semestre, não conseguem
pagar, não conseguem fazer a rematrícula, porque o sistema do ensino superior é
semestral, e aí o aluno abandona. Já existem dados catalogados pelo IBGE que um
contingente imenso de pessoas colocou nas suas declarações de Imposto de Renda,
no item instrução, superior incompleto. Ou seja, são milhares e milhares de
pessoas que vão atrás do tão sonhado curso superior, passam no vestibular, mas
não conseguem ter dinheiro para fazer o curso.
O que está ocorrendo? No ano passado, o Governo
Federal, incentivando mais uma vez a questão do FIES, tentou contemplar cem mil
vagas, ou seja, para que cem mil alunos pudessem ganhar o crédito educativo e
pagar 50%. Dessas cem mil vagas, 134 mil alunos em todo o País se inscreveram,
e somente 54 mil conseguiram ser habilitados. E por que conseguiram ser
habilitados, qual é o primeiro grande problema? Encaixa na questão do fiador.
As pessoas não querem ser fiadoras porque, no momento em que são fiadoras e a
pessoa não paga, elas passam a ser responsáveis por aquilo; ao mesmo tempo, o
prazo de validade diz que o aluno tem que pagar uma vez e meia o tempo do
curso. Ora, se o curso é de quatro anos, ele tem que pagar em seis anos. Na
realidade, nós sabemos também que, há alguns anos, a conclusão do curso
superior dava, de imediato, ascensão ao emprego, mas hoje não! Nós temos, sim,
que buscar a questão do curso superior, mas não dar a garantia de emprego.
Então, na realidade, o que se busca em cima disso é aumentar esse prazo.
O que nós estamos falando aqui hoje é que o Governo
Federal tem que ter esse bom senso e oportunizar, já que criou 12 milhões de
Bolsa-Família. Por que não contemplar cem mil vagas para que os estudantes do
nosso País possam ter acesso a esse ensino superior tão sonhado? Eu volto a
dizer: o que se está fazendo com a população brasileira é um grande crime,
vendendo a ilusão de que todos nós podemos fazer um curso superior. Isso é uma
grande mentira! O nosso povo não tem dinheiro para pagar uma faculdade, a
grande maioria não tem dinheiro nem para pagar a sua alimentação ou ter
moradia. Então o Governo Federal, se quer tratar essa coisa de forma séria, tem
que olhar para esse outro lado e contemplar, sim, porque eu sou daqueles que
entendo que educação deve ser prioritária. Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Apregoamos
Licença para Tratamento de Saúde, na data de hoje, da Verª Sofia Cavedon,
conforme atestado médico.
(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença da
Verª Sofia Cavedon e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)
Está encerrado o período de Comunicações.
Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 0142/07 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 002/07, que altera a Subunidade 02 da UEU 016,
Macrozona 03, na forma da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, e
alterações posteriores, cria a Subunidade 04, institui Área Especial de
Interesse Social III e define o seu Regime Urbanístico.
PROC. Nº 0143/07 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 001/07, que cria na MZ 08, UEU 062, a Subunidade
06 e respectivo regime urbanístico, de acordo com o disposto no inc. III do art. 162 da Lei Complementar nº 434,
de 1º de dezembro de 1999, e dá outras
providências.
3ª SESSÃO
PROC. Nº 4942/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 213/06, de autoria do Ver. Raul Carrion, que acrescenta inciso III
e parágrafo único ao art. 5º da Lei nº 9.329, de 22 de dezembro de 2003,
alterada pela Lei nº 9.903, de 28 de dezembro de 2005, que institui, no
Município de Porto Alegre, a Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação
Pública, prevista no art. 149-A da Constituição Federal, isentando da
contribuição os condomínios residenciais e comerciais sediados no Município.
PROC. Nº 5625/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 233/06, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Estação
CIEE - Centro de Integração Empresa-Escola - a estação de embarque e
desembarque de passageiros do transporte coletivo urbano, localizada na Rua Dom
Pedro II, integrante da Terceira Perimetral, entre as ruas Américo Vespúcio e
GeNº Couto de Magalhães, no Bairro Higienópolis.
PROC. Nº 5762/06 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 055/06,
que declara de utilidade pública a Sociedade Meridional de Educação - SOME.
PROC. Nº 5763/06 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 056/06,
que declara de utilidade pública a Associação Famílias em Solidariedade -
AFASO.
PROC. Nº 5764/06 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 057/06,
que declara de utilidade pública o Comitê Gaúcho de Ação da Cidadania.
PROC. Nº 5765/06 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 058/06,
que declara de utilidade pública a Associação Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro.
PROC. Nº 5766/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 059/06, que declara de utilidade pública o Instituto Sóciocultural SOARTE.
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em 1ª Sessão de Pauta no dia de hoje, há
dois Projetos do Executivo e, em 3ª Sessão, cinco Projetos do Executivo que
outorgam utilidade pública a diferentes entidades.
Um Projeto é do ex-Vereador Raul Carrion, que faz
uma isenção de Taxa de Iluminação para condomínios residenciais e comerciais
sediados no Município. Eu não sei se os condomínios comerciais seriam o
Shopping Iguatemi, o Praia de Belas, o da Azenha, não sei, mas, de qualquer
forma, ele está aí em 3ª Sessão, portanto hoje é o último dia.
O
Executivo manda dois Projetos de Lei, agora com alterações no Plano Diretor. Eu
gostaria que já tivesse vindo à Casa o Plano Diretor com as alterações na sua
plenitude, porque a população toda espera. De um lado estão os munícipes
querendo saber o que vai acontecer com as alterações do Plano Diretor, de outro
lado, a construção civil preocupada em saber como vai ser o novo Plano. Então,
fica todo o mundo esperando uma solução.
Mas, no caso, nesse primeiro Projeto do Prefeito,
encaminhado hoje, ele pretende um loteamento, onde serão colocadas as 980
famílias que saem da Vila Dique. Esse Projeto entrou aqui em 29 de dezembro, e
eu penso que poderia ser votado pelo art. 81, já que há urgência e necessidade
em função de recursos que chegarão ao Município e até a necessidade de retirada
daquela gente para poder dar continuidade às obras da pista do Aeroporto. Esse Projeto é muito bem elaborado,
inclusive não dispensa a licença ambiental e urbanística, que será emitida após
a aprovação do Projeto Urbanístico do loteamento. Está muito bem elaborado, eu
acho justa a preocupação do Executivo em dar solução a isso, pois é uma solução
esperada há muito tempo, reclamada há muito tempo dentro desta Casa e fora
dela. Então, vale a pena dar a urgência - já que vão pedir urgência, segundo
fui informado -, e duas Sessões de Pauta correrão no dia de hoje para que ele
possa ser analisado e votado na próxima semana.
A
outra proposta do Executivo também é de alteração, só que na Zona Sul. O
frigorífico que lá existe, com essa alteração, poderá manter empregados. A
alteração também não vai causar nenhum dano à Cidade, ao contrário, dará
oportunidade de trabalho para mais gente. Eu acho importante também que se faça
a sua votação, mas para esse não será pedido urgência, espero que a Casa saiba
analisar e saberá, sem dúvida nenhuma, porque é de interesse social, sendo a
sua denominação, no Plano Diretor, de Área Especial de Interesse Social. Então,
realmente, essa é de interesse social, são 980 famílias a serem levadas da Vila
Dique para outras condições de saúde, higiene, saneamento, o que é muito
importante.
Até
que na Pauta de hoje não há muitas leis, e eu sempre vivo reclamando do excesso
de leis. Há gente que pensa que leis são histórias em quadrinhos, feitas em
quantidade para agradar. Estas que aqui são, sem dúvida nenhuma, necessárias, e
eu acho que nós conseguiremos fazer a votação de acordo com o interesse da
Cidade. Saúde e PAZ! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maristela Meneghetti):
O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. PROFESSOR GARCIA:
Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, hoje, em 1ª
Sessão de Pauta, há dois Projetos do Executivo, um alterando a Subunidade da
Macrozona 03, instituindo Área Especial de Interesse Social e definindo seu
Regime Urbanístico. Os dois Projetos tratam dessa questão.
O
que eu quero ressaltar é a importância, principalmente, dessas Áreas de Interesse
Social. Cada vez mais, nós temos que cuidar dessa questão do Regime Urbanístico
e, ao mesmo tempo, redefinir, porque hoje Porto Alegre tem mais de quatrocentas
vilas, e inúmeras delas já estão com o seu traçado definido, com moradores
pré-estabelecidos. Há áreas que, muitas vezes, os proprietários não têm mais
como reaver, porque foram omissos, e a população mais carente, na realidade,
precisa ocupar esses espaços. Então, essas Áreas Especiais são uma forma de o
Governo regularizar a reforma fundiária e, depois, então, através dessa
legalização, tentar fazer com que essas pessoas possam obter a propriedade. E
hoje se discute também toda uma questão sobre a posse da propriedade.
Mas
o que eu quero complementar em cima disso é que este ano, aqui na Câmara, nós
vamos ter grandes debates, porque virá a discussão da redefinição do Plano
Diretor de Porto Alegre. Essa redefinição do Plano Diretor é algo que já
deveria estar na Casa há três anos, desde de 2004, final de 2003, e é um
assunto temático. Hoje, por exemplo, só para que os senhores e as senhoras
tenham uma idéia, há mais de vinte bairros com proposta de alteração a respeito
dos seus limites. Então, na realidade,
isso aí envolve toda uma discussão na Cidade, porque, na medida em que nós
alterarmos a configuração, alterarmos a configuração também das Áreas
Especiais, vão entrar algumas coisas, como a volumetria, por exemplo. Hoje, na
nossa Cidade, se permitem construções de 18 andares, ou seja, 54 metros de
altura, e está havendo toda uma discussão para não aceitar mais esse tipo de
projeto.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Garcia, nós já havíamos
concordado com a Verª Maria Celeste, a pedido da Liderança do Governo, que
depois pudéssemos discutir, em uma 2ª Sessão de Pauta, uma 3ª Sessão de Pauta,
esses dois Projetos do Executivo, dado que nós temos uma área conflagrada em
vários pontos na Região Norte, Áreas de Interesse Especial.
Eu
gostaria de falar que o Ver. Décio Schauren é o autor dessa lei, é o Coordenador
da nossa Bancada, espero que com isso a gente possa resolver o problema do
Porto Seco, do seu entorno e também do pessoal que será deslocado da Vila
Dique. Espero que o Governo, com base nisso, não perca tempo, seja objetivo,
veja essas questões com o pessoal do Cartório. Inclusive, quero adiantar que há
problemas com o Cartório que cuida das matrículas do Porto Seco. Estou sabendo
que o cidadão que atrapalhou a minha gestão na SMIC acerca das matrículas do
Porto Seco é o responsável por tratar dessa questão. Eu quero estar atento,
porque agora eu estou no Legislativo, tenho imunidade parlamentar, portanto vou
querer acompanhar esse processo. Espero que o Executivo mostre se há problema
do Executivo; se não houver, nós queremos ver isso correr nesse Cartório.
O
SR. PROFESSOR GARCIA:
Obrigado, Ver. Adeli, eu acho que é uma preocupação salutar, e essa é a
preocupação do Executivo. Vossa Excelência referiu especificamente a questão da
Vila Dique e do Porto Seco, e sabemos que tem toda uma movimentação para a grande
discussão que é a ampliação do Aeroporto Salgado Filho da nossa Cidade, para
que ele possa, realmente, trazer um volume maior de carga e evitar que hoje
grande parte desse volume vá direto para São Paulo.
Mas
queremos também salientar que a Câmara Municipal de Porto Alegre vai dar
embasamento para que o Sr. Prefeito, José Fogaça, possa fazer a sua parte.
Queremos ressaltar que esse Projeto é em conjunto com o Governo Estadual e o
Governo Federal, ou seja, é um Projeto dos três entes. E tenho certeza, já que
está transcorrendo o período de Pauta, de que o Prefeito Fogaça tem o máximo
interesse em fazer o quanto antes, para que essa população carente da Vila
Dique e do Porto Seco possa ser deslocada para uma outra área, mas tendo a
dignidade nas suas habitações, porque, no fundo, o que todo ser humano quer e
necessita é a sua casa. Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Vereador.
O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. GUILHERME BARBOSA:
Boa-tarde, Verª Maristela Meneghetti, que dirige a Sessão, demais colegas
Vereadores e Vereadoras, pessoas que acompanham a nossa Sessão, quero também
tocar nesse assunto há pouco debatido pelo Ver. Carlos Garcia.
Realmente,
isso pode ser uma iniciativa importante, desde que haja trabalho efetivo e haja
agilidade, fazendo-se a remoção adequada das pessoas da Vila Dique, uma
comunidade estabelecida há muitos anos, uma comunidade que está numa região
insalubre, uma região alagadiça, que, ao mesmo tempo, pela sua existência,
termina impedindo que haja o prolongamento da pista do Aeroporto. E sabemos que
o nosso Aeroporto precisa ser ampliado, porque aqueles aviões de carga que
chegam ou que saem do nosso Estado, da nossa Cidade pelo nosso Aeroporto não
conseguem trabalhar com toda sua potencialidade. Com isso, o Estado termina
perdendo, assim a nossa Capital, pelo ICMS, termina perdendo a possibilidade de
uma maior arrecadação de impostos. É uma oportunidade que se tem de deslocar as
pessoas para um local mais adequado, deixando aquela área insalubre, e, ao
mesmo tempo, de melhorar esse equipamento importante que é o Aeroporto, que vai
trazer mais divisas para a nossa Capital e para o nosso Estado.
É
de registrar que, quando era Governador do Estado o nosso companheiro Olívio
Dutra, houve uma manifestação no próprio Aeroporto, que estava inaugurando o
novo terminal de passageiros. O Governador Olívio Dutra, na ocasião, colocou o
assunto, Ver. Garcia, ao ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, que,
imediatamente, falou que podiam contar com o Governo Federal, que a verba
estava à disposição. Foi só discurso! Aquela verba não apareceu no Orçamento do
Governo Federal, diferentemente de agora, pois o Governo Federal, através da
Infraero, já garante a sua parte nesse trabalho de ampliação do Aeroporto, que
precisa dos três entes do Executivo: o Federal, o Estadual e o Municipal. Antes
isso não aconteceu, agora vai ser possível, pela verba alocada pelo Governo
Federal.
O
Sr. Professor Garcia: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu só quero complementar a sua
fala, Excelência, dizendo que os Deputados da Bancada do Rio Grande do Sul,
independentemente de Partido político, todos, também concordaram em fazer uma
emenda coletiva para vir mais verba para o Aeroporto.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Esse
é um daqueles assuntos que independe de Partido, de Governo, é um assunto do
Estado e da Capital de todos os gaúchos.
O
Sr. Gerson Almeida: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Guilherme Barbosa, queria
apenas aproveitar a sua fala para lembrar que também a Câmara de Vereadores na
Legislatura passada, numa comissão que eu tive a honra de presidir...
O
SR. GUILHERME BARBOSA: É
verdade, é verdade.
O
Sr. Gerson Almeida: ...fez
toda uma articulação, tanto nacional quanto local, e produziu uma alternativa
bem viável para a Câmara. Portanto, eu acho que também a Câmara de Vereadores
poderia - parece que agora as condições de viabilizar isso estão mais próximas -
assumir a dianteira que lhe é devida, vamos dizer assim, historicamente.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Que
voltem a se mexer, para que isso aconteça o mais rapidamente possível.
Eu
quero, ainda no tempo que me resta, comentar um outro Projeto de autoria do
agora Deputado Estadual Raul Carrion, trata-se de algumas exceções no que se
refere à cobrança da Taxa de Iluminação Pública. O Projeto do Ver. Raul Carrion
retira do pagamento uma duplicidade na cobrança, porque hoje os loteamentos
terminam pagando de uma forma dupla. Cada uma das casas dos imóveis dos
loteamentos horizontais paga individualmente a Taxa de Iluminação, e o
condomínio, como um todo, depois termina pagando novamente. Portanto, foi uma
boa lembrança - deu-se conta o ex-Vereador Raul Carrion, agora nosso Deputado
Estadual -, acho que é justo que resolvamos essa cobrança múltipla da Taxa de
Iluminação Pública superposta.
E,
ao mesmo tempo, aproveito para dizer que essa cobrança que está sendo executada
agora, embora aprovada antes, era importante, e eu teria votado a favor; mas
essa Taxa que está sendo cobrada agora pela atual Administração Municipal não
está sendo aplicada na iluminação pública da nossa Cidade. Já disse, Ver.
Bernardino, que antes se mantinha 2% a 3% de lâmpadas apagadas da Cidade; agora
nós estamos com 10%, e antes não havia essa Taxa. Agora, cobra-se a Taxa, e a
situação da iluminação púbica na Cidade piorou. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTE (Maristela Meneghetti): O Ver. Newton Braga Rosa está com a palavra para discutir a
Pauta. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ADELI SELL: Cara
Verª Maristela Meneghetti, colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e
senhores, vou tratar, neste momento de discussão preliminar de Pauta,
exatamente dos dois Projetos que a Prefeitura nos traz acerca da criação de
Áreas Especiais de Interesse Social.
Eu
já havia mencionado anteriormente o quanto foi importante a aprovação dessa
lei, que foi uma proposta do Ver. Décio Schauren - hoje coordenador da nossa
Bancada -, que faz com que tenhamos um tratamento especial para essas áreas. O
Porto Seco, uma região tão importante para a nossa Cidade, tem um entorno de
áreas que podem e devem ser utilizadas para habitação popular, mas o que nós
temos visto no último período são invasões. E eu não estou falando de ocupação,
porque sou favorável a ocupar lugares onde não há ocupação social adequada,
Ver. Elói. Eu estou falando de invasão, porque eu sei que, em alguns casos,
quem fomentou, quem articulou, num processo de grilagem, foram pessoas que não
têm nada a ver com habitação popular. Eu vou sempre defender os pobres
excluídos desta Cidade em qualquer circunstância, mas lá, sistematicamente,
sabendo das dificuldades da Prefeitura - foi assim no Governo passado, foi
assim no Governo do Verle -, sabendo das invasões do Porto Seco, nós tomamos
atitudes, e eu espero que este Governo mantenha-se tomando atitudes, mas que
não demore, em absoluto, para resolver essa questão.
Nós
temos que resolver o problema das pessoas que serão deslocadas da Vila Dique,
onde haverá a expansão do Aeroporto. Essas pessoas, que hoje moram em condições
indignas, onde nós temos graves problemas de saneamento básico, poderão e
deverão ser deslocadas para essas áreas do Porto Seco, mas o Poder Público tem
que dar as condições adequadas para tal. Nós temos que fazer um esforço para
que isso aconteça, não vamos apenas aprovar para que ali se tenha uma Área de
Interesse Social, nós também queremos saber como serão as casas, porque, se eu
entrar aqui, na entrada da Cidade, vou ver que as casas são bem feitas. Nessa
Vila, a antiga Vila dos Papeleiros, a gente vê que as casas são pequenas, mas a
construção é decente. A mesma coisa naquelas casas ali no bairro Navegantes, na
entrada da Cidade. Eu já vi habitações que não são populares; são habitações
desumanas.
Vamos
fiscalizar, efetivamente, todo o processo, porque devemos ter uma Área de
Interesse Social para alocar essas pessoas, que também terão de ter condições
para seu deslocamento através de linhas de ônibus. Esse é um outro problema.
Estamos tratando de Área de Interesse Social. A gente trata, meramente, da
questão da terra, mas nós temos que tratar da habitação, da escola para as
crianças, da creche, temos que tratar também das linhas de ônibus que
transportarão as pessoas que vão morar lá, que precisarão se deslocar aos seus
locais de trabalho, seus locais de estudo, etc. e tal. Portanto, somos
favoráveis a que se apresse a votação, mas estaremos atentos a todo o processo.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Verª
Maristela Meneghetti, Presidente; na pessoa de V. Exª quero cumprimentar os
demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, público que nos assiste, em especial
público que nos assiste nas galerias. Venho a esta tribuna hoje, Srª Presidente
e demais Vereadores e Vereadoras, em Pauta, inicialmente falar dos Processos
protocolados pelo Executivo, o PLCE nº 002/07 e o PLCE nº 001/07, que dizem
respeito ao Plano Diretor. Quero dizer que hoje, casualmente, tive a
oportunidade de almoçar com o Secretário Fortunati, e ele me dizia que já está
encaminhando, formalmente, para a Presidente Celeste, um documento, e nós
estaremos debatendo as alterações para o Plano Diretor. Sabemos que
o nosso Plano Diretor foi reformulado em 1999, e nós vamos ter, neste ano, a
oportunidade de reformular algumas questões importantes. Parece-me que já foi
dado o início.
Nós temos aqui o PLCE n° 002/07, que altera a
Subunidade 02 da UEU 016 da Macrozona 03, na forma de Lei Complementar n° 434,
de 1999, e alterações posteriores, e institui Área Especial de Interesse Social
III e define o seu Regime Urbanístico. E o PLCE n° 001/07, também nessa linha,
altera a lei que instituiu o Plano Diretor em 1999. Sabemos da importância que
tem o Plano Diretor para o desenvolvimento da Cidade, também sabemos que é
muito importante a participação da sociedade civil organizada, do Poder
Legislativo, das ONGs e das associações de bairros, de moradores nessa
discussão, nesse debate, para que nos auxiliem nas nossas decisões, porque as
conseqüências de alteração do Plano Diretor dizem respeito inclusive ao futuro
das gerações que virão para a Cidade. O Plano Diretor diz respeito ao nosso
crescimento, à maneira como a Cidade vai crescer. Nós sabemos que hoje a
população cresce muito e que Porto Alegre ainda tem um nível qualificado, um
nível de vida muito bom, comparado com as demais Capitais do Brasil. Um colega
advogado que veio de São Paulo reparava que Porto Alegre ainda não tem grandes
arranha-céus. Então, essa é a grande discussão, o grande debate que nos aguarda
para este ano.
Também queria, Srª Presidente, fazer menção, na
tarde de hoje, neste período de Pauta, ao Projeto de Lei do Ver. João Carlos
Nedel. O Ver. João Carlos Nedel, no PLL n° 233/06, denomina Estação CIEE uma
estação de embarque e desembarque de passageiros do transporte coletivo. Eu
gostaria de dizer que o CIEE é uma instituição que vem colaborando muito com a
juventude da nossa Cidade, como uma entidade séria e organizada que tem,
inclusive, uma parceria com a Câmara Municipal, fornecendo estagiários através
dos seus contratos. E o estágio tem sido talvez uma oportunidade única para o
jovem ter vivência e experiência de trabalho, aprender para então ter a
oportunidade de ingressar no mercado de trabalho propriamente dito. O estágio é aquele primeiro emprego, é
aquela primeira oportunidade, aquela primeira lida que o jovem e a jovem têm
para se inserirem no mercado de trabalho.
O
Ver. João Carlos Nedel, de certa forma, homenageia o CIEE, uma entidade séria
que está sendo contemplada através desse Projeto de Lei e que, tenho certeza,
já prestou um grande benefício para nossa Cidade. Eu mesmo recordo que, dos
meus tempos de faculdade, Vereadora-Presidente, estagiei num escritório de
advocacia através do CIEE, tenho certeza de que muitos jovens ainda se
utilizarão dessa importante ferramenta que é o estágio para darem início às
suas carreiras. O estágio é realmente muito importante na formação; é um
momento de aprendizado; é um momento em que o jovem tem a oportunidade de lidar
com situações e ações cuja responsabilidade final ainda não lhe são atribuídas.
Tenho certeza de que o CIEE está muito bem homenageado através da iniciativa do
Ver. João Carlos Nedel nesse Projeto de sua proposição. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Vereador.
Está
encerrado o período de Pauta.
Visivelmente,
não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão. Convocamos as
Sras Vereadoras e os Srs. Vereadores para uma
Sessão Extraordinária a se iniciar dentro de poucos minutos.
(Encerra-se
a Sessão às 15h39min.)
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